Por muito tempo sonhei contigo, com o teu verdadeiro eu, até que um dia o pude ver com os meus próprios olhos, era tão fora do normal. Pela primeira vez olhei fixamente nos teus olhos sem desviar o olhar uma só vez, talvez por naquele momento os ter mesmo à minha frente finalmente, percebi que possuem uma chama que os torna luzidios e eloquentes. E aí a minha respiração ficou ofegante, as minhas pernas começaram a tremer e as minhas mãos a ficarem geladas. A minha fala desapareceu por instantes e fiquei com medo de gaguejar a cada sílaba, mordi os lábios em breves pensamentos carinhosos mas inúteis, e senti-me na obrigação de te confessar que sentia um certo reconforto nas tuas palavras, e que todas as noites ansiava a chegada de uma mensagem tua. Sacrificava o meu dia para as poder ouvir e sentir, mesmo que fossem insignificantes, contudo de certo modo, todas elas criavam uma vontade incontrolável de te ter para mim da forma mais egoísta possível, mas como já conheço melhor que ninguém aquele que é o meu coração – o músculo que não depende da nossa vontade nem do nosso consentimento para o que quer que seja – sabia bem que o melhor era não ter pressa, antes que criasse qualquer indicio aparente de interesse, e tomei a decisão de que tudo devia tomar o seu tempo naturalmente. Mas queria que tivesses em conta, que todas as palavras com que me dirigi a ti foram inocentes, sem qualquer intuito de algo mais, sem qualquer intenção secundária, e aquele foi o momento em que, firmemente te confessei o carinho que sinto por ti. Podemos conhecer-nos há pouco tempo, mas já houve espaço para criarmos um sentimento. Contudo são perfeitas as nossas conversas e servem de aconchego para todos os momentos em que, por qualquer razão, não conversámos, mas seja qual for o meu estado de espírito posso ter a certeza que, ao recordar-me de ti, terei um dia melhor.
Gosto muito de ti
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