quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Viagem


Estavam totalmente certos quando disseram que na vida tudo se transforma. Ela está em constante mudança e até os fortes são apanhados de surpresa e caem no chão completamente sós e desamparados, mas levantam-se sempre por muitas mágoas que tenham, por muito que estejam perdidos e não saibam por onde ir, levantam-se e procuram uma saída, com um sorriso na cara, com aquele olhar decicido a brilhar e com o coração a bater descontroladamente nas mãos.
Eu sou assim, já bati bem no fundo imensas vezes e sempre me levantei, mas sou como toda a gente, as minhas pernas já começam a fraquejar, o coração a sentir-se apertado e a alma começa a queimar o meu corpo… Já não resisto mais, já esperei demasiado tempo por companhia para continuar, já esperei muito tempo por TI para sair deste lugar e seguir viagem.
Deparo-me em frente a uma enorme porta aberta que emana uma luz intensa que me aquece o coração, sei que é a minha saída, sei que do outro lado existe mais estrada para seguir.
Sempre tive medo de avançar sem ti, pois sei que se passar para o outro lado nunca mais vou poder voltar, o meu orgulho nunca mo iria permitir. Sentia-me assim dia após dia, até hoje. Hoje eu decidi atravessá-la e ver o que me espera do outro lado.
As mãos já soam a cada passo que dou na sua direcção, aqueles arrepios tornam-se constantes. Os meus olhos brilham mais do que nunca e a ansiedade, essa com toda a força e revolta, apoderasse do meu corpo que ainda treme por te querer. Olho para ti e vejo o teu sorriso já de longe que mais força dá ao meu nó cego na garganta, que acaba por ter o seu lado positivo, visto que controla a vontade louca que tenho de te saltar para os braços e criar aquele clima tipico de filmes onde consta uma combinação perfeita de romantismo e harmonia entre dois seres que vivem sobre sentimentos recíprocos, uma história de amor aos olhos de vários impossível, mas que não passava já de uma pedra assente na vida que levavam.
Os segundos avançam, já de malas e bagagens num gesto suave digo-te adeus e que te amo como nunca amei ninguém.
Atravesso a tão esperada porta e fico do lado de fora ainda a admirar o castanho profundo e envolvente dos teus olhos, até que viro costas e sigo viagem.

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